Jim Parsons revelou por qual motivo ele não conseguiu mais continuar com The Big Bang Theory

Quando Jim Parsons decidiu abandonar The Big Bang Theory foi uma surpresa e tanto, não é mesmo? Aliás, não parece ter sido uma decisão fácil de tomar. Ainda mais porque essa escolha deixou seus colegas de elenco aos prantos e a equipe sem emprego fixo. Então, a razão por trás disso com certeza era algo grande. Poderia ter sido por causa de uma cena difícil? Ou foi por uma rixa com alguém do elenco? Para a felicidades dos fãs, Parsons contou tudo.

A verdade é que aquela decisão foi inesperada até para Parsons. Afinal, na época em que ele desistiu da série, The Big Bang Theory ainda estava com altos índices de audiência e não era como se ele estivesse recebendo pouco para interpretar Sheldon.

Ao que parece, Parsons chegou a ganhar um milhão de dólares por episódio. Dinheiro demais! No entanto, apesar de todo o seu sucesso com The Big Bang Theory, o ator foi o único a deixar o programa. Porém, por que exatamente ele fez isso?

Bem, não foi fácil para Parsons fazer aquela escolha, até porque o roteiro piloto da sitcom mudou toda sua vida. Assim que leu, ele sentiu que o papel de Sheldon Cooper combinaria quase que perfeitamente com ele devido aos diálogos. Isso deu ao ator a chance de "dançar através" de suas palavras, como disse ao Houston Chronicle.

"Quando eu li [o roteiro de] Big Bang, eu senti que era mesmo especial para mim", comentou Parsons à Variety em 2016. Contudo, ele subestimou o sucesso da série. "Eu definitivamente não vou me atrever a dizer que pensava que seria uma produção de sucesso", confessou ele nessa mesma entrevista. Entretanto, foi - e Parsons fez uma fortuna.

O ator, todavia, não subestimou o fato de ter sido atraído na hora pelo papel de Sheldon. "Eu sei que estava sendo apresentado a um personagem que era, a sua estranha maneira, realmente ideal; que eu achei que pudesse fazer", admitiu ele à Variety. Inclusive, ele não era o único a pensar isso: o criador do programa, Chuck Lorre, também aprovava. Foi desse jeito que essa bela parceria teve início.

Pois é, Parsons conseguiu o papel de Sheldon Cooper - um brilhante físico teórico com um QI de gênio, mas com algumas notáveis falhas. Essas imperfeições, a propósito, foram parte do motivo pelo qual Sheldon se tornou o maior sucesso de The Big Bang Theory quando a sitcom estreou em setembro de 2007. Enfim, isso acabou fazendo de Parsons uma das poucas pessoas que poderia de fato impedir que a série prosseguisse.

Apenas alguns indivíduos enquadravam-se nesse grupo. Um, óbvio, era o criador do programa Lorre e os outros dois eram Johnny Galecki e Kaley Cuoco. Galecki interpretou o colega de quarto de Sheldon e também físico, Leonard Hofstadter. Já Cuoco atuava como a vizinha de Sheldon e Leonard, uma garçonete que sonhava em fazer sucesso em Hollywood, conhecida simplesmente como Penny. No entanto, foi Parsons quem colocou um ponto final na sitcom.

Bem, embora todos amassem o personagem de Parsons, levou alguns anos até que The Big Bang Theory realmente decolasse. Ao que parece, a CBS reprogramou a série para que fosse ao ar na quinta-feira ao invés de segunda-feira à noite, fazendo com que se transformasse, portanto, na comédia de maior audiência da TV. Desse modo, a alteração no horário ajudou a aumentar a audiência, assim como a distribuição do programa em outras redes.

Com uma média de 15 a 20 milhões de pessoas assistindo à sitcom da 4ª a 12ª temporada, The Big Bang Theory tornou-se uma das produções mais populares da TV. Tanto que a série teve os maiores índices de audiência de todos e Parsons foi devidamente recompensado ao levar quatro Emmys de Melhor Ator em Série de Comédia. Após isso, tudo acabou.

Depois de 12 temporadas - ainda com milhões assistindo a cada episódio -, The Big Bang Theory finalmente chegou ao fim. Antes da estreia da 12ª temporada, em setembro de 2018, o criador Lorre declarou: "Nós somos bastante gratos pelo sucesso do programa e queremos que a última temporada tenha um encerramento épico e criativo".

Logo, o capítulo final da sitcom foi exibido em duas partes em maio de 2019. As últimas cenas de The Big Bang Theory apresentam o satisfatório auge da carreira de Sheldon, que ele alcança ao lado de sua esposa, a neurocientista Amy Farrah Fowler. Ao serem notificados de que haviam ganhado o Prêmio Nobel de Física por suas contribuições ao campo da superassimetria, o casal segue para a Suécia com seus amigos para receber o prêmio.

Contudo, o característico egocentrismo de Sheldon é maior que ele na viagem. No caminho para a Suécia, ele percebe que sua amiga Penny passou mal no banheiro durante todo o voo. Então, quando Sheldon começa a achar que ela está doente - e que passará a doença para ele -, Penny revela um segredo para acalmá-lo.

Penny diz a Sheldon que ela e Leonard estão esperando um bebê - e é por isso que ela não está bem. Entretanto, ao invés de demonstrar qualquer entusiasmo, o físico exibe somente alívio por não existir a possibilidade de contrair a doença dela. Quando Leonard o questiona sobre sua reação, Sheldon pergunta se a gravidez conta como algo para celebrar, visto que Penny havia dito uma vez que não queria ter filhos.

De qualquer maneira, eles mal chegam na Suécia e Penny e Leonard já querem ir embora. Howard e sua esposa, Bernadette, também, pois estavam preocupados com seus filhos em casa. Sheldon, claro, dá conta de fazer um insensível comentário acerca disso. Acaba que Amy atinge seu limite e diz o quanto ele magoa a todos com suas egoístas e frias atitudes.

O comentário surpreende Sheldon, o qual realmente não fazia ideia de que estava ferindo os sentimentos de seus amigos. Desse modo, chega a hora de ele e Amy receberem o Prêmio Nobel. No palco, ele aproveita e faz um discurso voltado não para suas próprias conquistas, mas sim para agradecer, por fim, aos seus amigos por tudo o que fizeram por ele.

Os críticos, por sua vez, reagiram positivamente ao final da sitcom. Em maio de 2019, Kim Potts escreveu para Vulture: "É um fim organizado e adequado ao arco emocional do grupo principal - e da série -, cercado pela graça de The Big Bang Theory, a qual deu ao programa um satisfatório final".

Para muitos, todavia, a transformação de Sheldon foi o que mais causou impacto. Em maio de 2019, Brian Lowry escreveu à CNN: "[Sua] homenagem final a seus amigos mostrou como, em sua forma pouco convencional, ele obviamente os apreciava. Do mesmo jeito [que] ele superou seu egoísmo para entrar em um relacionamento com Amy, que ninguém imaginou quando a série teve início".

Já os fãs sentiram que a conclusão da sitcom foi adorável. Alguém escreveu no Twitter: "Que final mais comovente, franco e dramático o de The Big Bang Theory. Adorei cada minuto do episódio. Vou sentir falta demais desse programa. Gratidão pelos últimos 12 anos". Outra pessoa declarou: "Adorei o final. Será sempre uma das melhores séries que assisti".

O próprio Parsons compartilhou o que achava do final por meio de sua conta no Instagram. Ao postar uma foto da porta do apartamento que seu personagem compartilhou com Leonard, Parsons escreveu na legenda: "É difícil encontrar palavras para expressar o quão intensa esta experiência tem sido. No entanto, [o que] vêm à mente [são] as palavras 'amor' e 'gratidão'... Portanto, amor e gratidão a todos vocês".

Assim, levando isso em consideração, pode parecer estranho saber que The Big Bang Theory acabou por causa de Parsons. Na verdade, como o ator revelou à The Hollywood Reporter em maio de 2019, tudo se resumiu a um único pensamento. Ele explicou: "Foi a primeira vez na minha vida fazendo esse programa que pensei que eu não gostaria de renovar o contrato depois que a 12ª [temporada] terminasse".

Parsons continuou: "Não sei se é porque sou ariano ou apenas porque estou conectado comigo mesmo. Seja o que for, uma vez que tive esse pensamento, eu fiquei: 'Bem, esta é a resposta'". Aliás, o ator contou que nada havia acontecido para fazê-lo chegar especificamente àquela conclusão. Ele acrescentou: "Não teve nenhuma situação que me fez pensar: 'Nossa, já estou farto disso'".

Para Parsons, a decisão foi muito simples. Ao The Hollywood Reporter, ele explicou: "Foi só [uma questão de]... quando você sabe, você sabe". O ator prosseguiu: "Você é vulnerável e impulsionado por aí pelos caprichos de sua própria existência. Chegando a uma certa idade, a vida muda... De repente, você simplesmente pensa diferente". Porém, era mesmo só isso?

Parsons afirmava que sim. "Tem sido interessante pensar a respeito de quem eu era [em 2007]", expôs ele. "Mas é como se eu não fosse a mesma pessoa de antes. Parece que realmente ficou mais difícil de certo modo. Eu não sei o que isto significa, contudo, é como se eu simplesmente tivesse mudado". Pois é, será que os colegas de elenco de Parsons concordaram com essa explicação?

De qualquer maneira, logo que o criador da sitcom, Lorre, ouviu sobre os planos de Parsons, ele soube que The Big Bang Theory não poderia mais continuar. À The Hollywood Reporter, Lorre relatou: "Não conseguia entrar na minha cabeça a ideia de continuar sem todo o grupo. Aquelas pessoas todas eram a razão pela qual tivemos sucesso. Separar e reaproximar, como uma fração do que era, nunca me pareceu certo".

Por sinal, Parsons e vários de seus colegas de elenco sabiam que The Big Bang Theory era de fato especial, tanto que nenhum deles conseguia prever se uma outra série iria tão longe. O ator de Sheldon disse: "Não acho que seja provável. Tudo está mudando tanto, é realmente difícil de imaginar isso".

Entretanto, Parsons explicou que também não havia colocado muita fé em The Big Bang Theory no início. Ele revelou ao The Hollywood Reporter: "Quando fomos ao ar pela primeira vez em 2007, [o método de] câmera única era uma tendência. Até ficamos [preocupados] em nosso set, porque tudo o que todos queriam [na época] era [gravar com] câmera única. Dentro de alguns anos, todavia, tornou-se claro que não só existiríamos e prosperaríamos, como também que de repente haviam mais [programas] sendo feitos com multicâmera de novo".

Então, Parsons concluiu que não há como saber o que acontecerá futuramente na TV. Ele continuou: "Este ramo é frustrante e lindo ao mesmo tempo porque está sempre agindo de forma inesperada... A lógica aponta: 'Não, não haverá outra série como essa'. No entanto, viver nesse meio mostra que a gente não sabe de nada".

Parsons, ao final, só pôde apreciar o que havia conseguido em The Big Bang Theory. Durante a trajetória da sitcom, além do ator conquistar prêmios e construir uma grande carreira, ele também prosperou em sua vida pessoal. Afinal, em maio de 2017, Parsons casou-se com seu parceiro de longa data, o diretor de arte Todd Spiewak.

Por isso, ele comentou que sua vida reproduziu o arco de seu personagem Sheldon. Ambos tiveram pouco sucesso no início de suas carreiras somente para alcançar um grande reconhecimento mais tarde. Para começar, o futuro astro aparentemente esteve nos palcos desde novinho.

Após se apresentar na peça The Elephant’s Child em sua escola aos seis anos, o pequeno decidiu que seria ator. Inclusive, algumas séries de TV influenciaram a comédia de Parsons, como Um é Pouco, Dois é Bom e Três é Demais e The Cosby Show. Porém, demorou bastante até ele entrar, de fato, nesse ramo.

Primeiro, Parsons foi para a Universidade de Houston, onde atuou em 17 espetáculos ao longo de três anos. Em seguida, o jovem fez seu mestrado na Universidade de San Diego, participando lá de um programa de teatro clássico. Assim, tudo isso o preparou para o que estava por vir.

No início, contudo, sua carreira consistia em pequenas participações em séries de TV, comerciais e peças fora da Broadway. De todo jeito, o jovem ator estava ansioso por mais. Portanto, Parsons participou de umas 30 audições - mas, ainda que fosse escalado, os roteiros pilotos nunca eram escolhidos por uma emissora. Tudo mudou, claro, com The Big Bang Theory. Desse modo, o que veio a seguir?

Parsons tem atuado como produtor executivo da série de TV Young Sheldon desde sua estreia em 2017. Além disso, faz sentido Parsons participar dessa produção, pois ele detalha a infância de seu personagem de The Big Bang Theory, que ali é um gênio de nove anos cursando o ensino médio.

A propósito, Parsons desempenha um outro papel em Young Sheldon; ele narra o programa como o Sheldon mais velho, o qual se encontra refletindo acerca de sua infância. Ao que parece, suas funções na produção irão mantê-lo ocupado até pelo menos 2024. Isso porque, em março de 2021, a emissora renovou Young Sheldon para mais três temporadas.

Parsons também trabalhou como produtor executivo de uma série da Netflix chamada Special. O programa é estrelado por Ryan O'Connell como Ryan Hayes - um jovem gay com paralisia cerebral que deixa para trás os tempos de isolamento na busca da vida que sempre quis. Apesar de Special ter sido uma produção elogiada, sua segunda e última temporada foi lançada em 2021.

Aliás, não foi nenhuma surpresa Parsons ter continuado a atuar, mesmo que não fosse mais no papel de Sheldon Cooper. Em 2019, ele esteve em Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal - uma cinebiografia da Netflix a respeito do serial killer Ted Bundy. No suspense policial, Parsons interpreta o advogado de acusação Larry Simpson. E não para por aí.

Em 2020, Parsons apareceu em outro filme da Netflix, The Boys in the Band: Um Olhar Pessoal. Isto ocorreu depois que ele estrelou na versão da Broadway de 2018 ao lado dos atores Matt Bomer e Zachary Quinto, os quais também participaram dessa recente produção. A Variety divulgou que a "paixão atormentada que Jim Parsons traz consigo" é "o que faz o filme". Nada mal, não é?

Por fim, o que mais podemos esperar de Parsons? Bem, nem mesmo ele possui uma resposta concreta para essa questão. Em janeiro de 2019, ele declarou à Entertainment Weekly: "Não sei o que vem por aí para mim. Não é como se houvesse algo específico que eu pretenda fazer... De certa forma, é emocionante. Qual será o próximo capítulo da minha vida? Qual será o próximo capítulo para todos nós?".